sábado, 24 de setembro de 2016

Não preciso de autoajuda


Demorei, mas voltei! Demorei porque estava aprendendo. Voltei porque entendi que esse processo de aprendizado precisa ser compartilhado com vocês. 
Eu sempre fui uma criança extrovertida. Tinha amigos imaginários. Eu brincava sozinha em casa, porque não tinha crianças da minha idade, na rua onde morava. E isso não tornava menos divertido os meus dias. Na escolha, eu conversava com todos, tentava ser agradável e amiga de qualquer pessoa que se aproximasse. Eu escrevia cartas para os meus amigos, promovia engajamento nos trabalhos de sala, liderava sem me impor, era escolhida, apenas. Eu era feliz assim. 
O tempo passou... Comecei a namorar e de uma forma que não sei explicar, a felicidade genuína foi embora. Forçaram-me a sentir ciúme. Expulsaram a pureza antes que eu chegasse em casa. Conheci a mentira. Conheci o medo. Conheci o lado negro da força. Me tornei alguém vazia. Na faculdade, não tive amigos. Apenas colegas. Os amigos da escola, se afastaram de mim, porque eu mesma me excluí. O que sobrou foi uma tentativa inútil de preencher um vazio ensurdecedor. Desaprendi a fazer amigos, a ser amiga. Manter uma conversa simples tornou-se tão difícil quanto ficar sem respirar debaixo d'água. Descobri que não gostava de pessoas. Ficar perto era apenas suportável. Escondi-me em relacionamentos superficiais, que me machucavam dia após dia. Fiz terapia. Ora, como você aprende a viver sem aquilo que você teve a vida toda? 
Talvez Deus tenha se condoído por mim e me deu de presente alguém melhor que eu: ele. De brinde, conheci a Verdade e o Amor. Tudo planejado, nada por acaso. Aprendi de novo a sorrir, a chorar, a ouvir, a falar, a ser eu mesma. Mas faltava ainda voltar a gostar das pessoas. Nesse processo me trancava no quarto e me recusava a sair de casa ou falar com alguém. Várias vezes, minha única companhia era o céu, querendo ou não. Afinal, agora eu morava de frente ao horizonte. Belo Horizonte! 
Entendi que não haveria escolha. Ou eu aceitava o desafio ou nunca mais seria feliz. Não foi algo bonito de se ver. Eu não queria. Eu chorei. Eu pedi pra me deixar ali quietinha. Era confortável, bastava não me mexer. É assim que a gente aprende o que é amor. Quando o seu filho está doente e você precisa fazê-lo tomar o remédio amargo pra melhorar. Ele não vê que o amargo é a cura. Ele vê apenas que você está permitindo que ele sofra. 
A minha cura? Uma turma com 31 adolescentes, com idade de 15 a 18 anos. Doses concentradas, 4 horas diárias, de segunda à sexta-feira, durante três meses seguidos. No caminho para lá, nada de bom vinha à mente, não esperava nada bom. Nada. Tudo o que eu pensava era em como seria suportar alguns rapazes e moças me desrespeitando. Vez ou outra me pegava pensando em "eles são os meus meninos" e preparando a melhor aula que eu poderia oferecer. Nunca imaginei que pudesse chegar onde estamos hoje. Onde estamos? Isso é pauta para outro texto,que trarei em outro dia. Mas o spoiler é: o amargo cura.

domingo, 22 de maio de 2016

A beleza está nos olhos de quem ama



Sempre quis saber se existe alguma pesquisa comprovada cientificamente sobre quanto tempo levamos até esquecer alguém importante. Não falo desses casos de drama mal resolvidos que as pessoas chamam de amor. Não, isso é coisa de adolescente. Eu falo é daquele momento que percebemos que precisamos nos esforçar para lembrar o som da voz daquela pessoa que já foi embora; de como era a risada, se ela apertava os olhos ou abaixava a cabeça; de como nosso corpo se encaixava no abraço do outro; das lembranças que começam a desbotar dia após dia, mês após mês, ano após ano... até se apagar.
Eu me lembro da primeira vez que a vi. Da minha timidez contida em entrar na sua casa, da ansiedade em descobrir se ela era tudo aquilo que eu tinha ouvido falar, da esperança sem razão em estar no lugar certo. Ainda não consigo lembrar sem engasgar. Puxa, doí mesmo perder alguém pra morte. O tempo que temos nunca é o bastante quando se trata das pessoas que amamos. 
Lembro de muitas coisas, que talvez não sejam importante para você, porque você não sabe o que eu sei, assim como eu não vivi o que você viveu. Mas a lembrança mais constante tem sido a de quando a conheci. E ouvi ela dizer, com a honestidade mais sincera que já vi “Quando eu descobri que estava doente, eu ajoelhei na minha cama, e falei assim ‘O Senhor vai me permitir viver essa experiência tão linda, Jesus?’ 
Ah... Só quem conhece o amor de verdade percebe a beleza dessa profundidade. Eu conheci. E por isso quero te mostrar a beleza de tudo o que um dia eu pude ver. Não garanto grandes coisas, mas se você aceitar meu convite, vai descobrir qual a verdadeira razão de tudo isso.  
Hoje eu ainda não sei se a ciência já descobriu o tempo que levamos para esquecer alguém especial. Mas eu sei que quero existir de um jeito relevante no mundo, assim como essa pessoa tão especial fez em mim. E vou começar por você. Você quer?





quarta-feira, 18 de maio de 2016

O Chamado




Costumam me perguntar porque quis ser publicitária. Não posso deixar de notar o olhar de espanto quando ouvem minha resposta. Eu nunca quis ser publicitária. Mas precisava fazer uma faculdade pra continuar sendo aceita pela sociedade e minha família sem caras feias. De um lado, o elogio de um professor do curso técnico: "Você deveria fazer comunicação social." Do outro lado, a nota de corte do ENEM em 610.
Eu sempre quis fazer psicologia. Mas o que deu pra fazer foi Publicidade e Propaganda. Sou totalmente contra a mentira e manipulação de pensamentos, premissas básicas para ser um bom publicitário: você deve maquiar a verdade e fazer as pessoas pensarem o que você quer. Eu sou cristã. E de onde eu venho, onde há mentira, não há amor. 
Por isso, continuo frustrada, ganhando pouco e sem saber o que fazer de relevante no mundo. Ainda não descobri o meu chamado. Dizem que para descobrir qual é o seu chamado, basta pensar naquilo que você faria de graça pelo resto da vida. Ainda não encontrei o meu. Mas não quero passar a vida vivendo pra trabalhar, pra ganhar dinheiro, pra não precisar mais trabalhar. Quero ser relevante.
Sinto muito se você pensou que neste blog eu daria lição de moral sobre ser relevante, sobre o que fazer e não fazer. Sorry! Tenho a tendência de frustrar os outros. Mas espero descobrir no caminho, o que é ser relevante, sendo. Vem comigo?

Divide comigo o que você faz pra ser relevante nesse mundão. Deixa aqui embaixo seu comentário, sua opinião. Quero aprender com você.

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Lhasa Apso





Apresento-vos essa coisinha deliciosa chamada Lily. Para os íntimos: Lilypad. 

Ela é uma lhasa apso,que hoje já tem um ano de idade; e chegou de presente em nossas vidas através de uma visita que recebemos em nossa casa, alguns meses após o casamento. Eu sempre convivi com cachorros, na casa da minha mãe tem três atualmente, mas nunca senti o que sinto hoje desde a chegada desse serumaninho. Claro que já assisti "Marley e eu" e me emocionei com a história, o roteiro, mas nunca imaginei viver um sentimento assim. Se você tem algum animal de estimação, pode imaginar o que falo. Se não, segue abaixo algumas dicas para se prevenir de ter um, algum dia.



1. Você vai viver a maternidade (ou paternidade). Sem essa de tratar o dog como um animal. Ele será um membro da família, talvez o mais importante dela: um filho. 

2. Como toda criança, esse cachorro vai pirraçar você. Vai comer o que você não quer que ele coma. No caso da Lily, ela come cocô! Sempre que se sente abandonada ou sozinha, ela vai pro banheirinho dela, faz o que precisa ser feito, e come tudinho. Discretamente, ela vem e lambe você depois. 

3. Não adianta comprar os brinquedinhos mais caros do momento. O seu bichinho vai escolher uma escova de dentes velha como entretenimento favorito. 

4. Você SEMPRE será recebido com festa. Ousadia e alegria é o lema dessa pilantrinha. Não importa a hora do dia, da noite, onde ou como. Quando chegamos em casa, ela comemora como se tivesse ganhado na loteria.

5. A Lily tem alguns gostos peculiares e uma vida natural mais saudável que muita gente por aí. Com três dias em nossa casa, ela quase cometeu suicídio. Ela pulou do sofá, do nosso lado, na tentativa de abocanhar um pedaço de melancia que a gente comia. Logo, descobrimos: melancia, pra ela, é igual crack. Melancia, cenoura, uva, tomate cereja, etc.

6. Você vai descobrir que meias são vilões perigosíssimos e precisam ser atacados com unhas e dentes. Aliás, outra coisa que será atacada com unhas e dentes será você caso isole essa pequena pilantrinha e não deixe ela subir na cama. Prepare-se para ter o seu braço cavado.

7. Se você insistir que ela não pode dormir na cama, não se preocupe. Ela vai deitar na caminha no chão. Invariavelmente, não serão raras as vezes que você vai acordar com lambidas no rosto, ao amanhecer, porque alguém conseguiu escalar a cama sozinho. 

8. Você vai ter um companheiro fiel, amoroso e compreensivo. Nos dias em que cheguei mal em casa e chorei, a Lily pulava no meu colo e me lambia. O que me lembro é do olhar de tristeza, como se sentisse meu sofrimento. E da tentativa incontrolável de me fazer feliz, de me agradar. 


quarta-feira, 20 de abril de 2016

Como juntar dinheiro fácil



Quem me conhece sabe que sou pão dura, munheca de samambaia, muquirana, ou de um jeito mais florido: econômica. Isso não significa que sou rica, mas que tenho uma facilidade maior para poupar, e hoje quero dividir com vocês uma dica MA-RA-VI-LIN-DA!
Para algumas pessoas é realmente difícil juntar dinheiro no mês, ainda mais se for um valor alto de uma vez. Se esse é o seu caso, prepare-se para a solução da sua vida: o desafio das 52 semanas.

O desafio é:

A ideia é ao invés de juntar dinheiro por mês, você vai guardar um dinheirinho toda semana. Assim, você não vê o valor grande e o desapego flui mais livremente. Funciona assim:

Na 1ª semana você vai guardar R$ 1,00. Isso mesmo! Somente R$ 1,00.
Na 2ª semana você vai guardar R$ 2,00. Aumenta R$ 1,00 em cima do valor da 1ª semana.
Na 3ª semana você vai guardar R$ 3,00. A cada semana aumenta R$ 1,00 em relação a semana anterior. E assim sucessivamente.

Ao final das 52 semanas você terá economizado R$ 1.378,00 de uma maneira fácil e com pouco a cada dia. Agora, se você tem um namorado, está noivo, casado e quer poupar a dois, basta dobrar esse valor para R$ 2,00. 00

Na 1ª semana R$ 2,00.
Na 2ª semana R$ 4,00. 
Na 3ª semana R$ 6,00.

E é claro, o montante final também será o dobro: R$ 2.756,
Já rola uma graninha extra pro Ano Novo, um presente especial no Natal ou até mesmo a poupança do casal, né? 

Quando a gente aprende a economizar um pouquinho todo dia, toda semana, lá na frente a gente cria o hábito de poupar sem sofrimento. Afinal, o que são R$ 2,00 por semana não é mesmo? ;)


terça-feira, 19 de abril de 2016

A política da desigualdade



Eu odeio injustiça. Embora não seja o tipo de pessoa que vá pra rua manifestar contra algo aleatório, enquanto o resto do mundo está trabalhando para tentar ter uma vida decente. Isso não muda o fato de que passar por Beagá me fez enxergar coisas que eu não gostei de ver. Coisas que impactaram meu coração e reviraram meu estômago. 

Ao acabar de atravessar uma rua, no chão, ao lado de uma banca fechada, quase pisei em um mendigo coberto por um cobertor. Só não o fiz porque me assustei com o pé mexendo.
Me concentrar para caminhar pelo centro e ter que me desviar de fezes dos moradores de rua. 
O susto, com uma caixa no meio da calçada, com fezes descobertas.
Sentir o cheiro forte de urina antes e depois do trabalho, indo e vindo.
Ter que desviar os olhos do jovem desmaiado no próprio vômito na porta do Habib's.
Observar o senhor sem pernas, sentado todos os dias, no mesmo horário, no chão, perto de um grande hotel, dando bom dia pra quem vê que ele está ali.
Ver uma moradora de rua fazendo comida, em panela de pressão, no meio de uma pracinha.

Esse texto não é pra dar lição de moral, nem falar sobre a desigualdade do país. É um alerta de desespero, para que eu nunca esqueça de onde vim. E talvez, o mais importante, para que eu não me permita esfriar. Que eu não seja mais uma pessoa fria e calculista nesse mundo.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Algodão doce




Eu sempre fui APAIXONADA pela natureza. O motivo é simples: eu amo tudo o que foi criado por Ele e para mim. Quando me mudei, uma das coisas que mais me tocou na alma, era que ser bombardeada com pores do sol de tirar o fôlego dia após dia. 
O incrível de tudo isso é que nunca era repetido, nunca era igual. Cada dia de um jeito, de uma cor, de um tom. E hoje, um ano depois, ainda sinto a emoção de ser presenteada com um espetáculo vivo de camarote. Basta chegar na janela do quarto e me deliciar.
Quem gosta de arte sabe. Ver algo que toca fundo na alma é uma dádiva. Para mim, vai além disso.




Quando eu fazia faculdade, também em uma cidade diferente da que eu morava, ia sentada na janela do ônibus, ansiosa para chegar na rodovia e ver que céu me esperava naquele dia. Minha paixão pelo céu foi tão grande que contagiou a minha colega de viagem, que depois se tornou uma grande amiga e claro, madrinha de casamento. 
Não estou dizendo que eu me casei graças às nuvens coloridas de cada dia. O que estou partilhando é que quando se ama algo profundamente, você contagia as pessoas de uma forma tão relevante, que é possível transformar o mundo ao seu redor. Seja isso um pôr do sol, uma ideia, uma causa... 
E você, qual a causa que você vai abraçar hoje? Se você ama, se é a sua paixão, lute por ela.

domingo, 17 de abril de 2016

Beagá




Há pouco mais de um ano, a menina tímida e de olhos assustados saiu de uma não tão pequena cidade do interior para enfrentar a vida real no mundo grande: Beagá. As únicas coisas que eu sabia, eram os dois conselhos que herdei em casa.



Conselho nº 1: atravessar a rua CORRENDO!

Meu pai me levou uma vez em uma prova para concurso há alguns anos. E nessa ocasião, ele sempre me alertava para nunca confiar nos carros e sempre correr.


Conselho nº 2: nunca, jamais, de modo algum fique com o celular na mão

Sempre que eu falava com minha mãe no telefone, a primeira pergunta era: você está em casa ou na rua? Se a resposta fosse algo diferente de "casa", a preocupação era certa e eu tinha que guardar o celular bonitinho na bolsa.


Gargalhadas à parte, essa experiência me mostrou o mundo com olhos mais abertos e nervos à flor da pele. Gostei do ritmo acelerado, gostei da facilidade de encontrar tudo que eu procurava, gostei do salário bem pago, gostei de me sentir independente. Por outro lado, não gostei da frieza e solidão em que as pessoas se acostumaram a estar, não gostei do cheiro da cidade, não gostei da poluição visual. E é por isso que este blog surgiu. Para que eu possa ser relevante em um mundo onde as pessoas parecem ter esquecido que a sua essência é maior que tudo. 



Seja bem-vindo ao meu cantinho. Fique à vontade!