segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Ninguém carregará a sua cama



“Os filhos não herdarão a culpa pelos erros dos pais e nem os pais pelos erros dos filhos. Cada indivíduo assumirá as consequências de suas transgressões” Ezequiel, 18.

É muito comum as pessoas ficarem presas às rédeas advindas das tragédias familiares, como se estivessem debaixo de uma espécie de maldição hereditária ou sob o signo de um destino trágico, um tipo de determinismo que, reza a lenda, está escrito nas estrelas. O profeta Ezequiel que deixou um livro na Bíblia com seu nome, exatamente no capítulo 18, ensina os seres humanos a se rebelarem contra “destinos”, “maldições” ou qualquer determinismo sobre a vida que não a considere como uma experiência de possibilidades diante das escolhas. Mesmo determinismos que vêm disfarçados de soberania de Deus.

Evidentemente que os erros de nossos pais criam eventos no tempo e espaço que não podemos mudar mediante a tão sonhada máquina do tempo da ficção científica. Podemos, entretanto, diante de novas situações e oportunidades que a vida nos propõe, fazer tudo diferente em relação aos nossos pais e mães. Erros, acertos e transgressões de nossos progenitores constituem um paradigma que teremos sempre diante de nós como força condicionante, embora, sejam só as transgressões de nossos heróis. Precisamos desconfiar deste tal de destino, parar de construir tragédias com as estrelas, cujo brilho nas noites escuras, inspira poesias e coisas belas. Mesmo que falem para você que esta é a vontade de Deus.

Portanto, rebele-se contra esta maldição hereditária, destino ou determinismo, abandone este clichê que “tinha que acontecer”, permitindo que o Deus do profeta Ezequiel, interaja com sua pessoa em uma sinergia cujo futuro é futuro de possibilidades, no qual, o protagonismo de sua vida não está escrito nas estrelas ou na trágica árvore genealógica de seus ancestrais, mas naquele que pensa coisas boas a vosso respeito, que tem pensamentos de paz e não de morte e ao mesmo tempo, sugere celebrar a vida e não a morte, que te convida a levantar e não prostrar-se, substituir a coadjuvância da vida, guiada pelo destino cego, assumindo debaixo das mãos do grande oleiro, que é Senhor da história, o protagonismo de sua vida, deixando de ser vítima do retrovisor do carro de seus pais e atentando para o futuro.

O trágico aparece por eventos que não vieram de suas escolhas, mas novas oportunidades virão e precisa estar preparado para fazer novas escolhas, capazes de atenuar as que você não fez.

Logo, levanta e anda, ninguém carregará a sua cama.


Por Eneas Alixandrio