domingo, 28 de abril de 2019

A pior escravidão é...



A pior escravidão é a escravidão do pecado. O cristão não é escravo do pecado. Ele pode dizer não para o pecado. É por isso que o velho homem foi crucificado com Cristo na cruz do Calvário. 

Quando Cristo morre na cruz, Ele morre para o pecado e eu morro com Ele. Quando Ele ressuscita ao terceiro dia, Ele vence não somente o pecado, mas a consequência deste que é o pecado... e eu também com Ele. Eu estou unido não só na morte Dele mas na ressurreição Dele também! E portanto, a morte já não tem domínio sobre Cristo. Cristo é imortal, Ele está vivo.  E da mesma forma que a morte não tem domínio sobre Ele, o pecado também não tem mais domínio sobre mim. Saber disso não basta. Você tem que se considerar assim: morto para o pecado e vivo para Deus. 

Deus faz isso gratuitamente, sem exigir as obras da lei, da parte do homem. Ele faz isso livremente, sem impor condições aos seres  humanos, exatamente porque eles não tem  condição alguma a cumprir, exatamente porque eles não podem satisfazer o menor dos requerimentos de Deus. Por isso Deus os justifica, perdoa e aceita gratuitamente. Isso é Graça. Logo, viver debaixo da Graça é entender que debaixo da Lei você não pode agradar a Deus. Jamais satisfará as suas demandas e você humildemente recebe gratuitamente o perdão e salvação que Deus lhe oferece mediante Jesus Cristo, porque é somente nessa base que Deus pode ser gracioso.

Somente porque Cristo Jesus, o Filho de Deus, um de nós, nosso representante, obedeceu a lei enquanto estava nesse mundo. Nunca quebrou um mandamento de Deus e na cruz do Calvário, Ele levou a penalidade, a culpa e o castigo que nosso atos merecem e que Deus pode, livremente, justificar o pecador e oferecer-lhe gratuitamente o perdão e a aceitação. É isso que significa estar debaixo da Graça, é viver na mais completa dependência de Deus para nossa salvação e para nossa santificação.

Enquanto você for escravo do pecado, você não tem condições de servir a Deus, porque você já tem um patrão. E o patrão é o pecado. E o pecado vai te dar a sua recompensa que é a morte. Da mesma forma, se você se oferece a Deus como escravo de Deus; Deus será o seu patrão. E você não terá disponibilidade para servir a outro patrão, o pecado, e você levará a sua vida como servo de Deus. E de Deus você vai receber, gratuitamente, a vida eterna e a justiça. 

Referência: Romanos 6

domingo, 21 de abril de 2019

Como ter paz em tempos de guerra?




A justificação do pecador se dá aqui e agora, de maneira completa e terminada, mediante a fé em Jesus Cristo. Não é algo que precisamos esperar para o dia do Juízo. 

Antes de ser justificados dos nossos pecados, estávamos em guerra com Deus. Porque Ele é santo e nós afrontamos a Deus, quebrando a sua lei e desafiamos a Deus pela nossa obediência. É como se disséssemos: eu não me importo com o que você pensa sobre adultério ou sobre olhar mulher dos outros ou sobre ser desonesto ou sobre ter inveja; eu não me importo que o Senhor considera essas coisas erradas, eu faço o que eu quero. Então todo pecado é um ato de guerra contra Deus. 
E Deus por sua vez reage ao desafio dizendo: É assim? Então você está debaixo da minha ira e da minha condenação. Você já vai começar a sentir nesse mundo os efeitos da minha ira e no dia do Juízo eu derramarei sobre você a minha ira completa. Isso significa sofrimento eterno no inferno.

Ou seja, a relação do homem com Deus é de guerra. Não há neutralidade. Se você não está reconciliado com Deus você está no estado de guerra contra Ele e Ele contra você. Mas uma vez que Ele nos justifica desses pecados, toda causa da austeridade é removida. E portanto, não estamos mais em guerra. Justificados pela fé, nós temos paz com Deus. Deus não tem mais nada contra ela. Porque o que Ele tinha contra essa pessoa, Deus já castigou em Jesus Cristo. Jesus já recebeu todo o castigo que aquela pessoa merecia. Portanto, Deus não tem mais nada contra nós e nosso coração está em regozijo e gozo em relação a Deus. A paz com Deus é o resultado da justificação. 

Nós estamos diante do Rei do Universo, criador de todas as coisas, Soberano. Como que eu me aproximo Dele? Como eu tenho acesso à presença Dele? Agora, através da justificação, eu não estou mais em guerra contra Ele e tenho acesso a Deus. Eu posso chegar à presença de Deus. Isso só é possível mediante Jesus Cristo. 
Deus não vai mudar o seu veredito sobre nós porque foi selado com a morte de Cristo. E é isso que vai nos garantir a salvação eterna. Não os nossos méritos, mas o que Deus fez na cruz do calvário, em Cristo Jesus. 

Tribulação é tudo aquilo que neste mundo nos causa sofrimento, que testa a nossa fé e o nosso caráter. Todos nós estamos sujeitos a passar por esse tipo de coisa. A diferença entre nós e os que não foram justificados pela fé, é que a pessoa que não conhece a Deus, procura alívio em coisas ilícitas, amaldiçoam a Deus e reagem muito mal ao sofrimento quando não tem essa âncora, que é a certeza do perdão de Deus por elas. Mas a pessoa que foi justificada em Cristo Jesus, ela tem a atitude de gloriar-se no próprio sofrimento. Gloriar-se é se alegrar. Não nos gloriamos nas tribulações porque é algo prazeroso. Não é! A tribulação é desagradável, traz dor, traz sofrimento. E Deus não quer que a gente ignore isso. No meio de todo esse sofrimento, nós podemos olhar para essa dor com a atitude de glória: Eu me alegro no final, mesmo que eu esteja sofrendo com isso, eu tenho uma alegria íntima com tudo isso.

Por que? Porque nós sabemos porque Deus deixa os seus filhos sofrerem. O alvo de Deus é nos aperfeiçoar, é melhorar o nosso caráter. O caminho de Deus para que você seja completo é o caminho da cruz, e Jesus nunca enganou ninguém. 
É impossível ser justificado e não ter o Espírito Santo. Quando Ele nos perdoou os nossos pecados, Ele nos deu o Espírito Santo como garantia que vem morar em nosso coração. E nos momentos de sofrimento, esse Espírito nos convence do amor de Deus por nós. 

Cristo não é o cabeça da humanidade toda, mas daqueles que são seus. A pergunta "Por que os inocentes sofrem?" não faz sentido. Porque não existem inocentes, a raça toda caiu. A salvação nunca pode proceder da raça humana. Não tem como vir da raça humana a solução pra situação de miséria que nos encontramos. Nenhum ser humano pode suprir o que falta ou de alguma forma alcançar algum mérito diante de Deus que elimine o juízo de Deus. 

Se Deus sabia que tanta gente ia pro inferno, por que Ele fez isso? Porque isso faz parte do plano de Deus, onde no final a sua Graça vai triunfar. E a Graça só pode ser entendida, avaliada e apreciada, se você a lançar contra o contorno da morte, do desespero, da desgraça e da condenação. No plano que Deus articulou desde a eternidade e não havia outra maneira na sabedoria de Deus. A morte, a desgraça, a miséria e a condenação entraram no mundo para que no final reinasse a graça para a justiça, para a vida eterna mediante Jesus Cristo, Nosso Senhor. 

De maneira simples, o porque Deus permitiu o mal no mundo, porque o mal entrou no mundo, porque Deus sabendo de tudo deixou que acontecesse... a resposta é essa: para a sua própria Glória. Para que no final, onde superabundou o pecado, superabundasse a graça. Essa é a história da redenção.

Referência: Romanos 5

domingo, 14 de abril de 2019

Deus não nos deve nada


O objetivo do pregador é explicar ao povo a Palavra de Deus, e não ficar falando da sua própria cabeça. 

As pessoas do Antigo Testamento foram salvas justamente da mesma forma que as pessoas no Novo Testamento: pela Graça. Deus nunca atribuiu justiça com base no mérito, porque nunca teve ninguém no Antigo Testamento ou no Novo, ou hoje, que merece alguma coisa de Deus. A salvação é Graça, é favor de Deus. Não é dívida, não é salário, Deus não é devedor de ninguém. 

Os grandes homens e mulheres do Antigo Testamento foram salvos mediante a confiança nas promessas de Deus, eles criam olhando para o futuro, no Messias que havia de vir. E nós cremos olhando pro passado, no Messias que já veio. Mas sempre foi pela Graça de Deus, nunca pelo Mérito. 

Abraão foi considerado justo diante de Deus, não por nada que ele tenha feito, mas pela fé que ele teve em Deus. O que salvou Abraão foi a fé, mas Deus deu um sinal externo que foi a circuncisão. Abraão é considerado pai espiritual de todo aquele que crê em Deus, nas promessas de Deus, ainda que não seja circuncidado. Ele é pai de todos aqueles que creem no que ele creu, que confiam em Jesus como sendo o Messias. 
Fé e guarda da lei são incompatíveis. Uma anula a outra. Se a promessa de herdar o mundo é pela lei, está excluída a fé. Guarda da lei tem a ver com mérito humano. Se você faz, você tem direito, você mereceu aquilo e no fim a glória é sua. 

Mas a fé não é mérito humano, ela é a recepção gratuita da dádiva de Deus, do presente de Deus. 

Se a salvação é mediante a lei, cancela-se a Promessa, porque a Promessa foi dada diante da fé de Abraão. A promessa foi feita com Abraão em Gênesis, a lei foi dada em Êxodo, 430 anos depois da Promessa. Deus não revogou o acordo que Ele fez com Abraão. Deus não estabeleceu um novo contrato, uma nova base de salvação, a base sempre foi a Fé.
A lei provoca a ira de Deus. Porque nós quebramos essa lei e como resultado Deus fica irado, que é a reação Justa do seu caráter Santo. A lei foi dada para pecadores e nós a quebramos diariamente. A única promessa que a lei traz é que você vai para o inferno, porque você quebrou a lei de Deus. Porque onde não há lei, não há transgressão. Nunca pode ser por nosso merecimento, porque não conseguimos cumprir a sua lei e só merecemos o inferno. 

Fé não é mérito humano. A fé é a mão que se estende súplice para receber a promessa de Deus, a Graça e a Misericórdia de Deus. Ou seja, até crer é uma obra de Deus. Por isso foi pela fé, para que fosse pela Graça, para que Deus mostrasse como Ele é bom. Para que pudéssemos cantar a sua glória e a sua misericórdia para conosco. Essa é a razão pela qual é pela fé, para que seja pela graça. Assim, aqueles que tem fé podem herdar. Se fosse pela lei ou pela circuncisão seria somente dos judeus. 

Qual a razão pela qual você faz as coisas certas? Qual o motivo pelo qual você vai a igreja, lê a Bíblia, ora, busca a Deus? É porque você espera dessa forma obter algum favor, mérito ou reconhecimento da parte de Deus? Ou porque já entendeu que foi salvo pela Graça, pela Misericórdia de Deus e seu desejo maior nessa vida é agradá-Lo. Não pra que você ganhe Dele alguma coisa, porque Ele já lhe deu gratuitamente, mas porque você quer manifestar pra Ele a sua gratidão.

O legalismo é um mal terrível. A confiança que a pessoa tem em si faz cegar o coração, a ponto de acreditar que merece alguma coisa da parte de Deus. A palavra de Deus é muito clara: não é pela lei, não é por mérito, não é por obras, porque se for, exclui a Graça de Deus. Então, onde está a sua esperança? Em quem você confia?

Você não pode ser cristão, se não acredita em milagres. Se não acredita na ressurreição de mortos, se não acredita que Deus pode chamar à existência tudo aquilo que não existe. A ressurreição de Jesus é central para o cristianismo! O que importa no fim é o Deus em que você crê. 

A fé de Abraão venceu vários obstáculos. Ele não enfraqueceu na fé, não desanimou. Ele não duvidou, por incredulidade, da promessa de Deus. A incredulidade é o oposto da fé verdadeira, se recusa a acreditar na existência de Deus e suas promessas. Mas a fé verdadeira pode vacilar. A fé verdadeira se recusa a largar a Deus, ainda que não compreenda e ainda que tenha dificuldades em aceitar a maneira que Deus o trata.

A grande questão não é a fé em si. Mas em quem você crê. Quem salva é Deus e não a sua fé. É Deus quem salva, quem perdoa, que ressuscita, que justifica, que faz existir o que não existe. 

Fé não é pensamento positivo! Fé é a confiança firme no Deus que criou todas as coisas pela palavra do seu poder onipotente, onipresente, onisciente, que é capaz de cumprir tudo aquilo que ele prometeu. 

Fé não é cega, não é um salto no escuro. Fé é a firme confiança nas promessas de Deus. Ela tem uma base, ela se firma numa palavra, numa promessa. Primeiro Deus diz: eu vou fazer isso. E em resposta eu digo: eu creio. Se Deus prometeu, Ele vai cumprir. Ele prometeu perdoar nossos pecados em Cristo Jesus, Ele prometeu nos receber como seus filhos, Ele prometeu o seu Espírito Santo, Ele prometeu que depois da morte nós estaríamos com Ele, Ele prometeu que seu filho Jesus Cristo haveria de voltar, Ele prometeu que um dia nós vamos ressuscitar dos mortos, Ele prometeu que um dia nós vamos herdar esse céu e essa terra, novos, renovados, feitos outra vez. A Bíblia está cheia de promessas do Deus que chama à existência aquilo que não existe. 

A fé salvadora e verdadeira não ignora as dificuldades, não se isola e fica alheia ao que acontece no mundo. Pelo contrário, ela engaja ao mundo a partir da existência de Deus e suas promessas. Não há resposta melhor do que a do cristianismo para as grandes questões fundamentais do homem: Quem eu sou? De onde eu venho? O que estou fazendo aqui? Pra onde eu vou? 

Referência: Romanos 4

domingo, 7 de abril de 2019

Deus é justo e você é mentiroso



O fato da Bíblia ser um livro antigo, em uma cultura que não mais existe, cujos autores estão mortos, fez com que a Reforma Protestante se preocupasse em preparar seus pregadores. Ela é a revelação de Deus pra nós. Se você levá-la a sério, ela vai tirar o melhor de você. 

Há uma tendência no coração humano de se revoltar contra Deus e questionar o Seu julgamento. Há uma tendência no coração humano de não se sujeitar aos oráculos de Deus, de não querer aceitar a revelação de Deus. Não há neutralidade. O nosso coração é inclinado ao mal, nós somos inimigos de Deus por nascimento. É somente pela graça de Deus que nós vencemos essa inclinação hostil a Deus e nos sujeitamos ao senhorio de Cristo. Se Deus não tiver misericórdia de nós, o nosso coração rebelde, carnal, corrupto, vai se levantar contra Deus, questionar e se rebelar. As pessoas são capazes de forjar argumentos e silogismos para justificar a si mesmas e os seus pecados.

A pior notícia que posso dar a você, é que Deus é bom. E por que isso é a pior notícia?
Porque significa que eu sou mau, porque sou inimigo Dele. E vivo num mundo controlado por um Deus bom. E eu não quero ser bonzinho, não quero ser como Ele, eu quero continuar sendo mau e fazendo o que eu quero. Por isso nós devemos rejeitar toda e qualquer desculpa em nosso coração e nossa mente, que incentive, justifique ou diminua o pecado. Nós devemos nos livrar de qualquer tentativa do nosso coração enganoso de abrigar o pecado em nossa mente e em nosso coração, sabendo que Deus conhece todos esses silogismos. 

O dia do juízo vai mostrar que o motivo pelo qual muita gente não leu a Bíblia, não foi por falta de tempo. 
Como Deus pode condenar a humanidade, se o mal entrou no mundo por um decreto de permissão Dele? Como Ele condena aquilo que ele mesmo autorizou? A mesma Bíblia que diz que Deus é soberano e senhor absoluto de todas as coisas é também a mesma Bíblia que diz que os judeus são responsáveis pela sua incredulidade e que você é responsável pela sua rebelião e que Deus será perfeitamente justo no dia que Ele julgar você pelos seus pecados. Por isso só podemos ter uma atitude diante da Palavra de Deus: nos curvar diante Dele, reconhecer os nossos pecados, confessar a Ele a nossa iniquidade e clamar por sua misericórdia. 

A existência de Deus é auto evidente, ela está no coração de todo mundo. O que acontece é que as pessoas rejeitam esse conhecimento. Por isso  os pagãos não podem argumentar diante de Deus, no dia do juízo, que não sabia que existia Deus. O conhecimento de Deus é inato ao homem. Ninguém nasce ateu ou idólatra. Mas perversões desse tipo são desvios implantados no coração do homem desde a sua concepção.

Todos estão debaixo do pecado. Isso significa que nós estamos escravizados pelo poder do pecado. Ou seja, o homem não é livre para fazer o bem. O impulso no coração do homem é sempre para o lado do pecado e se deixado à sua própria escolha, o homem sempre vai seguir essa inclinação. 

E as pessoas boas, generosas, que fazem o bem na humanidade? Muitas delas nem acreditam na existência de Deus. É verdade, mas isso que você percebe nelas não é o resultado de uma ação livre do coração delas, mas é a misericórdia de Deus atuando na humanidade, para que nós não nos destruamos uns aos outros. Deus age no coração mesmo naquele que não crê Nele, apaziguando, segurando, dando domínio próprio, impulsos para fazer o bem, claridade de julgamento, de forma que a humanidade, mesmo que seja pecadora, ela pode viver em sociedade, por causa da Graça de Deus. Se Deus tirasse a sua Graça e Misericórdia, nós nos destruiríamos rapidinho. 

A força do pecado é muito maior do que as suas melhores intenções. É isso que significa estar debaixo do pecado.Você não consegue mudar pela sua própria força. Estar debaixo do pecado significa não somente estar escravizado pelo poder do pecado, mas que você está condenado pelo pecado, porque pecado é a desobediência à lei de Deus. É você rejeitar essas revelações que Deus fez de si mesmo. É você fazer pouco caso de Deus. E o Deus que é Santo, que é criador de todas as coisas, é onisciente, todo poderoso, que te conhece e lhe acompanha, não pode deixar a sua desobediência passar em branco. A justiça de Deus exige que você seja punido. 

Estar debaixo do pecado é estar debaixo da ira de Deus, por conta desses pecados. É não ter desculpa diante de Deus pelos seus pecados. E essa é a condição de toda a raça humana. Estar debaixo do pecado significa também que você é incapaz de resolver essa situação. Por mais boas obras, caridade, gestos de gentileza, não paga. Você está debaixo da justa condenação. 

Não há ninguém que é justo, que seguiu os preceitos de Deus, que fez o que Deus havia dito, que andou nos caminhos de Deus. Não há um único justo, todos somos injustos. A injustiça significa você se portar diferente daquilo que Deus diz que é correto. Uma vida que não é vivida para a glória de Deus, que é o objetivo pelo qual fomos criados, é uma vida que se perde. 

Temor a Deus é saber que existe um Deus que lhe conhece,  onipotente, onipresente, onisciente, e que Ele é poderoso para chamar você a prestar contas do que você faz. Se você temesse a Deus, você não fazia o que você faz. Temer a Deus significa honrá-lo, respeitá-lo, amá-lo. A ponto de que você vai viver para Ele e para a Glória Dele. Onde não há temor a Deus, as pessoas fazem o que elas querem, porque não temem o Juízo. 

Ninguém será salvo fazendo as obras da Lei, porque esse não é o propósito da Lei. A Lei veio para calar sua boca, tornar você culpado diante de Deus e lhe dar pleno conhecimento da razão pela qual você está condenado. 

Você não pode mudar quando você quer, você é escravo das suas paixões, dos seus pensamentos, das suas vontades. Se Deus não interferir na sua vida, não chamar você, esclarecer seu coração, mudar a orientação do seu coração, você vai morrer nos seus pecados. Nada bom vem de você. 

Deus é infinitamente justo. O que significa que se Ele vai salvar pecadores condenados, tem que fazer isso de uma forma que não seja injusta. Deus pode fazer tudo aquilo que não for contrária à sua natureza. Deus não pode, porque Ele é justo, inocentar um culpado. Porque é contra a justiça Dele. A justiça Dele exige que o pecado seja castigado. O pecado tem que ser punido. Se não Ele não é Deus. 

Essa ideia de justificar pecadores tem origem Nele. Foi plano Dele. E consiste simplesmente em pegar uma justiça alheia e nos dar essa justiça. Ele nos justifica não com base naquilo que nós somos ou fazemos. O plano de Deus então foi pegar a justiça de outra pessoa e aplicar à pecadores que não tem justiça própria: Jesus. Esse plano foi revelado desde o início da criação do mundo. 

É mediante a fé que Deus aplica essa justiça de Cristo à nós que não temos justiça nenhuma. 
A fé é estender a mão e receber a justiça de Deus. Fé não é pensamento positivo ou um salto no escuro... Mas é um entendimento claro de quem é Jesus Cristo, o que ele  veio fazer na cruz e depositar uma confiança plena Nele e na promessa de Deus. 

A fé anda junto com compreensão. Fé sem entendimento é misticismo, superstição, é conto de fadas. Por isso que Deus se revelou a nós através de um livro, que tem que ser entendido, ensinado, pregado. Se Deus não quisesse que a nossa mente participasse desse entendimento, Ele não precisava de livro, Ele aparecia em sonho, visão, todo dia. Mas exatamente porque Ele não faz isso, é que Ele se revelou num livro, onde o plano Dele está escrito. 

A justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo implica que eu tenho que abandonar a minha justiça, renunciá-la, para que eu possa aceitar a justiça de Deus. Elas são incompatíveis, portanto a fé exige renúncia e arrependimento. Por isso que vem juntas na Bíblia: arrependei-vos e crede. Isso é fé: quando você renuncia finalmente a você mesmo. 

Você foi justificado pela fé, mediante a Graça, sem obras da lei. Quer saber como viver a partir de então? Seguindo os mandamentos de Deus. A Lei não é nosso caminho de salvação, mas é uma norma de gratidão a Deus. É assim que eu agradeço a Deus pelo que Ele fez por mim. 

Já não há condenação para aqueles que estão em Cristo. Porque a ira de Deus se aplacou com relação a você. Seu pecado foi pago, foi perdoado completamente. Cristo levou sobre si todo o castigo que você merecia. Deus usa as aflições deste mundo para nos corrigir, como filhos, como meio de aperfeiçoamento do caráter. Nós sofremos neste mundo como os ímpios. Mas para eles é juízo, é Deus começando a derramar o cálice de ira, mas para nós, que estamos em Cristo, é santificado pelo Espírito Santo como meio de nós crescermos aqui. 

Seja grato e louve a Deus por tudo o que Ele é e o que Ele fez por nós. 

Referência: Romanos 3