quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Malaquias e o culto sem adoração


Como e por que devo ler o livro de Malaquias? 

Normalmente o livro só é lembrado pelas citações: 
Ml 3.8 para falar sobre dízimos 
Ml 4.2 muito usada na época do natal 
Ml 4.5 para os pregadores 

Mas o livro de Malaquias não foi feito para ler um monte de regras e aplicá-las. Porque isso seria muito difícil. A gente deve ler o Antigo Testamento com o objetivo de vermos o caráter gracioso de Deus. Devemos observar o constante movimento de Deus em direção ao homem para seu resgate. 

As manifestações de Deus no Antigo Testamento demonstram o seu caráter gracioso. 

Não lemos o Antigo Testamento para aprendermos um conjunto de regras morais. Lemos para conhecermos o caráter gracioso do Criador. Quero ler para conhecer como ele se relaciona, como Ele é. 

Capítulo 1. A oferta inadequada e a falta de temor do ofertante. Deus prefere as portas do templo fechadas a um culto profano. 

O culto do Antigo Testamento era: você peca, você leva um animal para ser sacrificado para lavar seus pecados. Parte ficava para os sacerdotes, porque eles não podiam ter outra atividade. Uma vez por ano, é o pecado da nação. Culto, então, é derramamento de sangue em favor dos pecados. 

Oferta é a vida de um animal pela sua vida ou dependendo de grãos. Todos os povos daquela época faziam ofertas a seus deuses. Para Iavé era o reconhecimento que Ele deu a chuva, a colheita, a vida. Quando Malaquias diz que não estão entregando a oferta, significa que estão quebrando o culto a Iavé. É uma demonstração de fé. Mas não no sentido de que vou comprar benção. 

Todos os povos antigos ofereciam sacrifícios e tinham o hábito de oferecer bons sacrifícios. Eles davam o melhor. É tudo pelo pecado. É a forma que Deus trabalhava com o coração deles. 

O primogênito é algo cultural e não bíblico. Quando Deus pede o primogênito para os judeus, Ele está dizendo: isso é importante pra você? Então eu quero pra mim. Eu sou Deus, e como Deus eu quero o que é mais importante da sua vida pra mim. 

Mas Deus também é misericordioso. Quando Deus pede seu coração, Ele sabe que você não é capaz de dar. Mas através do Espírito Santo, Ele fala ao seu coração e você se entrega a Ele. 

Os dízimos e as ofertas pertenciam a Casa de Levi. Ele escolhe aleatoriamente os levitas para trabalhar no templo. Eles não vão ter herança, Eu serei a herança deles. Eles vão ser o resgate pelos filhos de vocês. No lugar dos seus filhos, eu pego Levi. E pra provar que vocês me amam de verdade, Eu quero que vocês cuidem deles. Você não cuida dos seus filhos e os sustenta? Então cuida daqueles que estão substituindo seus filhos. 

É nesse contexto que Deus diz: esse povo não dá o dízimo e as ofertas pra pedir perdão pelos seus pecados, então não tem culto; eles não dão os seus primogênitos pra mim e a tribo que eu pedi pra eles cuidarem, eles não cuidam. 

Um culto sem adoração é você tentar se relacionar com Deus sem reconhecer a Sua autoridade de verdade. 

A partir do momento que Jesus morre e entrega a sua vida, foi a primeira vez que o culto foi  totalmente perfeito pra Deus. Porque foi entregue uma oferta pura e quem entregou tinha um coração puro e cumpriu toda a Lei: Jesus. O texto vai mostrar um culto sem adoração e vai deixar uma ponta de esperança. E essa esperança de cumpre em Jesus, que é o verdadeiro culto. A grande oferta da igreja é Jesus. 

Capítulo 2. O sacerdote não honra ao Senhor e tão pouco ensina a lei. 

Quem foi para o exílio foram as pessoas ricas e letradas. Quando voltam, eles reconstroem o Templo mas sem alegria. Ao invés de perceber a graça de Deus por trazê-los de volta, eles se entristecem porque não conseguem perceber a graça de Deus sem ser por coisas aparentes. 

Eles estão quebrando o único caminho que foi dado a eles para o perdão dos seus pecados e ter comunhão com Deus. É o que acontece no Novo Testamento quando você nega Jesus como seu Salvador. Ele é o único caminho. Era pra eles servirem tão bem a Deus que os outros povos iam perceber essa relação e reconhecer que Deus é Deus. "Se vocês me amarem de verdade, os outros povos virão." 

Eles passam a transformar a adoração a Deus em um conjunto de formalidades, a ponto de levarem animais coxos. Eles haviam perdido o que Deus veio fazer em nós de melhor: recuperar nosso coração, e não nossas circunstâncias. 

Deus não precisa de nós para ser engrandecido porque Ele é Deus. 

Você me vê como Senhor mesmo?Se não existe isso, não existe culto. 

Há um problema que vocês estão deixando pra trás que é o problema do coração. 

A igreja só é igreja quando ela exercita o amor. Quando vocês se amarem, saberão que eu sou Deus. Mas isso não é novo. 

O meu culto não é só o animal morrendo na ponta. Meu culto é a misericórdia aplicada ao meu povo. O objetivo de Deus é resgatar o homem, torná-lo sociável, para que ele tenha relações de justiça um com o outro. 

O rito sem coração é abominação. Fazer apenas por fazer, para aparecer, achando que vai ter crédito com Deus, é abominável ao coração de Deus. Por isso Deus tirou toda a parte cultica de nos. O que sobrou para nós é anunciar as obras de Deus, seja cantando, pregando ou simplesmente vivendo. O melhor de Deus veio e foi entregue na cruz do calvário. É o sacrifício dado. 

Esses sacrifícios não fazem parte da nossa vida hoje porque Jesus é o cordeiro de Deus que tira nosso pecado. Portanto não é necessário que vidas sejam tiradas, porque Deus se fez homem e se fez pecado por nós. Jesus é o nosso sacrifício. 

Ele se fez sacrifício por nós. Ele não representa uma nação. Ele salva e restitui a capacidade de uma nação que foi eleita por Deus para ser uma nação sacerdotal. Na revelação de Deus todos somos sacerdotes. A nossa identidade sacerdotal nos livra de muitas expectativas da vida. 

Capítulo 3. O mensageiro alerta o povo sobre os compromissos que assumiram diante de Deus. 

Igreja é assembleia, ajuntamento. Não no sentido de prédio, instituição. Quando pensamos que igreja é o prédio, entende-se que quando o culto acaba Deus fica na igreja e sua vida lá fora. Por isso nos reunimos sempre, porque esquecemos. Deus pode ter me livrado de muitas coisas. No próximo problema, isso não me sustenta. Basta um probleminha pra eu desabar. 

Nós cristãos, não temos mensagem própria. Nós proclamamos aquilo que vimos e ouvimos. Nós somos espelho. Nós como povo sacerdotal de Deus, a primeira ação sacerdotal não é falar: é ouvir. 

Se você não tem tempo para ouvir a Deus, você não pode representá-Lo. O problema é que você o representa, quando se denomina cristão. 

O que precisamos aprender é que a Bíblia o tempo todo ensina adoração não como um ato de levantar as mãos mas como um ato de viver de acordo com a vida transformada. Isso é honrar a Deus. O primeiro movimento de adoração que temos que fazer em nossa vida é tirar Deus do mute. 

Você só da o que você tem. Você só expressa o que você está cheio. E esse sacerdote estava cheio de Deus então ele conduzia as pessoas, ele instruía as pessoas no caminho correto, ele trazia esperança. 

As religiões pensam que eu faço alguma coisa para que Deus me aceite. O Evangelho é Deus que veio até você Deus te aceitou e por isso você tem capacidade de viver para a glória de Deus. 

O casamento não é uma declaração de amor, é uma promessa. O nosso problema é que quando paramos de ouvir a Deus, a nossa vida perde a relevância e tratamos a vida como algo comum como as outras pessoas (eu nasci pra ser feliz)… 

Se a sua expectativa for maior que sua fé, a sua fé muda de lado pra gerar o que a sua expectativa quer. 

Existe uma relação estreita entre a minha vida, a minha conduta moral e o culto que Deus aceita. Podemos trazer ofertas, cobrir o altar de choro, dançar e sapatear no louvor, mas se a nossa vida não for reta diante de Deus, ele dirá: Eu não aceito o culto de vocês, podem chorar o quanto quiserem. Se quiserem que aceite seu culto, devem primeiro consertar sua vida. 

Capítulo 4. Que você trabalhe para que Deus seja visto na sociedade. 

Cultuar a Deus para nós, é ter uma vida íntegra. Não porque eu quero conquistar o céu, porque ele já é dado por nós. Mas porque eu quero ter um relacionamento com Deus. E a única forma de realmente eu ter relacionamento com Deus é a minha integridade que nasce no meu coração para aquele que está ao meu lado. 

A diferença entre o justo e o perverso não é material, é do coração que confia em coisas diferentes. 

Nossa fé é histórica, coletiva e pública. Pensar em Deus na relação unicamente pessoal é deixar de lado todo o motivo criacional e redentivo. 

Adoração começa no coração mas transborda como congregação. Vida em comunhão! 

Não existe adoração genuína do Deus revelado nas Escrituras numa fé privada e íntima somente. 

Não existe cristianismo se não houver uma congregação, um compartilhar de vida com o outro diferente. 

Reflita: 
Somos sacerdócio em Cristo. 
Liderança é coisa séria. 
Abra o olho e ore! 
Adoração é uma vida com o coração em Deus. Ouça! 
Adoração é uma vida segundo Deus. Honre! 
Adoração é uma vida para refletir a glória de Deus. Seja! 
Adoração é cultivar com visão de bem comum. Trabalhe!

domingo, 7 de julho de 2019

A revelação dos mistérios de Deus



Nós nos guiamos pela Palavra de Deus, não nos guiamos pela cultura. Se puder ser provado na Palavra de Deus que na igreja apostólica, no início, havia pastoras, presbíteras e diaconisas não haveria qualquer dificuldade com isso. O problema é fazer isso sem ter fundamento bíblico. O que não significa que as mulheres não exerciam papel importante na igreja. 

Existem muitas opções de serviço a Cristo, em que você pode exercer a sua fé. Não precisa ser dentro da igreja, mas a mulher pode atuar na sua área de trabalho, na sua escola, no seu serviço, ou na sua casa cuidando dos seus filhos e do seu marido. Não faltam oportunidades pra que a gente demonstre o nosso amor e a nossa fidelidade a Cristo através do serviço.

Os primeiros templos cristãos são do século IV, depois que Constantino declarou que o cristianismo era a religião oficial do império romano. Até lá, os cristãos se reuniam em casas. Isso é importante para nós, para que não pensemos que a obra de Deus só é feita na igreja. A obra do reino de Deus pode ser feita na sua casa, no seu trabalho, em outros locais. Para que não centralizemos o cristianismo na construção de um local, mas que ele venceu e se expandiu na casa dos crentes que abriram a porta do seu lar para a comunhão dos santos. 

Toda a glória é de Deus. Ele concebeu esse plano da salvação por meio de Jesus desde a eternidade, quando nem o mundo havia ainda, Deus já havia concebido esse plano extraordinário de ter um povo pra Si. Por isso toda glória é Dele, não é nossa. Nós não temos glória nenhuma, participação nenhuma nisso. Apenas entramos com os nossos pecados e Deus é a salvação do começo ao fim, desde a sua concepção até execução do plano.

A nossa segurança eterna está nas mãos desse Deus que é poderoso, eterno, único e sábio. É Ele que nos confirma aqui e nos confirmará na eternidade. Por isso que posso ter certeza da salvação, porque quem me confirma é Deus. Se a minha salvação dependesse do meu esforço para me manter na fé ou na ética cristã, sem pender para a direita ou para a esquerda, eu já teria me perdido há muito tempo. Se a salvação é uma coisa que você pode perder, tenha certeza de uma coisa: você já perdeu! Mas se você sabe que não vale nada e que Deus é quem te resgatou e te salvou, ter certeza da salvação não é arrogância, mas é reafirmar quem Deus é.  

Que privilégio é viver nesse tempo da história, quando o mistério de Jesus nos foi revelado. Olhar para trás e ver a história da redenção, as Escrituras completas. E que responsabilidade! Pois certamente muito nos será cobrado em relação ao povo que viveu há dois, três mil anos, que não tinha tamanho conhecimento.

É pelas Escrituras que Deus revela seu plano, seu querer, a sua vontade oculta. Os mistérios de Deus estão contidos na sua Palavra. E não há mais nenhum mistério, todos eles já foram revelados. Os apóstolos já desvendaram esses mistérios, estão todos revelados no Novo Testamento, é só você ler. 

De que maneira Deus se revela, de que maneira Deus dá a conhecer a sua vontade? Através das Escrituras. Se você quer ouvir a Deus, estude as Escrituras. Se você quer conhecer os mistérios de Deus, estude as Escrituras. 

O nosso Deus é tão grande que somente aquilo que Ele revela Dele nos é conhecido e dado a perceber. Fora isso, nós temos que descansar no conhecimento que nós temos do caráter de Deus. 

Romanos 16

domingo, 30 de junho de 2019

Fazer ou não fazer planos, eis a questão



Embora tenhamos que respeitar a consciência dos fracos, não podemos deixar que a consciência dos fracos ditar a ética da igreja, senão a gente vai virar uma seita e vamos perder a nossa liberdade em Cristo, pela qual os apóstolos e mártires tão duramente batalharam e pela qual morreram, inclusive. Nós devemos suportar, agradar e acolher esses irmãos. Mas também ajudá-los a amadurecer na fé para que eles próprios desfrutem da liberdade que há em Cristo Jesus. 

As Escrituras foram dadas por Deus para que fôssemos instruídos, ensinados e edificados. Portanto, é nosso dever estudar essa revelação. Fazer dela o centro da nossa vida, guiar-nos por ela, amá-la, memorizá-la, tomar decisões com base nela. 

Jesus Cristo é apresentado na Bíblia não somente como nosso Salvador, mas também como exemplo e modelo de como devemos agradar o Pai. Há um sentido em que nós não podemos imitar Jesus. Ele não tinha pecados para confessar, não tinha consciência de culpa, Jesus não precisava de um mediador. A religião de Jesus não era o cristianismo, era a religião da perfeição, lá do paraíso, antes da queda. Mas podemos imitá-lo na sua humanidade em que ele se submeteu à vontade do Pai. Ele viveu para a Glória de Deus. Nesse sentido, a Bíblia o coloca como modelo para nós. 

O seu alvo na vida é desfrutar de toda a liberdade que Cristo te dá ou você pensa em ajudar o seu irmão, especialmente os que tem mais dificuldade? Nós devemos colocar o amor ao próximo em primeiro lugar. Cristo não buscou agradar a si mesmo, mas as injúrias que injuriavam a Deus caíram sobre Ele, e isso deve nortear os nossos princípios. 

Crer em Jesus é obedecer a Deus! O ministério de Paulo era trazer os gentios à obediência, que eles se arrependessem dos seus pecados, largassem os seus deuses, abandonassem a sua falsa religião e obedecessem ao desejo de Deus que é crer em Jesus Cristo como o Filho de Deus, o Salvador do mundo.

Essa é a vontade de Deus para todos: que se arrependam e creiam no Seu Filho. Ser crente é a mesma coisa de ser obediente. 

Fazer planos é perfeitamente legítimo e até mesmo desejável. Não devemos deixar que a confiança na providência e na soberania de Deus nos leve a conclusão errada de que planejar vai contra a Soberania de Deus. O fato de que Deus é Soberano, que ele governa todas as coisas, decretou tudo antes da existência do mundo, não quer dizer que não podemos fazer planos. Mas devemos sim, planejar: quais são os meus objetivos, os meus alvos, o que Deus quer pra mim nesse mundo de que maneira vou chegar lá, que recursos eu tenho, como vou gastar o meu dinheiro, como vou desenvolver a minha carreira... É assim que Ele determinou que nos abençoaria. Ele quer que façamos planos, que calculemos os custos, façamos orçamento, que tenhamos metas, estratégias, alvos...

Além de fazer planos, temos que orar ao nosso Deus para que esses planos sejam realizados. A oração é uma luta. Exige disciplina, perseverança, fé em Deus. É por isso que precisamos orar juntos com os irmãos, porque lutamos melhor em bando. Por isso é importante, orar com seu marido, sua família, seus amigos, em toda oportunidade que tiver pedir orações, porque é uma luta espiritual. E nós precisamos enfrentar essa luta não sozinhos, mas como igreja, como irmãos em Cristo, levando os fardos uns dos outros. 

Devemos expressar nossa gratidão, em termos financeiros, àquelas pessoas que Deus tem usado para nos abençoar. É justo que os membros da igreja contribuam financeiramente para manutenção do trabalho da igreja, missionárias, sociais. Se somos abençoados espiritualmente, nós retribuímos financeiramente. 

Quais são seus planos para a sua vida? 
Viver desordenadamente sem um rumo, sem um alvo, sem objetivos, vai contra a vontade de Deus. Deus nos deu saúde, Deus nos deu talento, Deus nos deu recursos, Deus nos deu dons. Você pode achar que você é insignificante, que não tem recursos financeiros, que você não tem saúde, que você não tem mais idade, mas nenhuma destas coisas é empecilho para que você tenha objetivos na sua vida. Nem que seja: se não posso fazer nada, eu serei um guerreiro em oração. 

Romanos 15


domingo, 23 de junho de 2019

Cristãos fracos e fortes



Jesus é Senhor e essa foi a razão pela qual Ele ressuscitou de entre os mortos. Isso significa que todos os seres humanos, de todas as épocas estão debaixo do seu senhorio, domínio e que um dia Cristo haverá de julgar a todos. É por esse motivo que fortes e fracos buscam honrar e agradar ao Senhor Jesus naquilo que acreditam e praticam, pois nós nem vivemos e nem morremos para nós mesmos, mas para o Senhor Jesus, portanto, esse é o nosso alvo na vida e na morte.

As categorias de fracos e fortes não são categorias espirituais. Ao chamar os cristãos de fracos, Paulo não está negando que eles tinham fé ou que eram crentes no Senhor Jesus Cristo e tinham conhecido a graça de Deus. Mas sim porque o conhecimento e a fé que eles tinham amadurecido o suficiente para perceber que tais coisas são indiferentes. Elas não fazem parte e não são essenciais para a vida cristã. E talvez essa fraqueza mencionada pelo apóstolo era a sensibilidade para se escandalizar ao ver outras pessoas fazendo isso. 

Os chamados de fortes, não era por serem mais espirituais e sim porque a consciência deles já tinha resolvido essa questão e eles podiam comer sem culpa aquele tipo de alimento, se sentiam livres para desfrutar de todas as coisas criadas por Deus, em termos de alimentação. Ou seja, fraco e forte não tem a ver com a questão da salvação, mas com o amadurecimento espiritual e crescimento na fé. 

Isso nos ensina que há assuntos dentro do cristianismo que não são  matéria de fé, que são questões secundárias, e ainda sobre as quais os cristãos divergem, por causa do passado, suas experiências, a sua maneira de ver o mundo, a maneira que foi criado, o pano de fundo religioso. Se essas matérias são matérias de liberdade cristã de consciência e não tem nada a ver com as grandes doutrinas do Evangelho, elas são secundárias.

Há uma série de circunstâncias que influenciam a maneira como as pessoas fazem interpretações e como elas apercebem da realidade. Então temos que estar preparados, porque há diferentes opiniões sobre questões secundárias dentro do cristianismo. E precisamos aprender a conviver com os irmãos e acolher os nossos irmãos em Cristo, não para discutir opinião e não para julgar ou condenar.

O relacionamento tem que ser guiado pela consciência de que Jesus Cristo é o nosso Senhor, é a Ele quem nós queremos agradar, é pra Ele que nós comemos e deixamos de comer, é pra Ele que vivemos e é pra Ele que nós haveremos de morrer. E é diante Dele que nós haveremos de prestar contas dos nossos atos e é Diante dele que nós estamos de pe ou caímos. A consciência do senhorio e Jesus nos unifica debaixo do seu trono, nos coloca juntos, unidos debaixo da consciência de que do seu domínio sobre todos. Se focarmos no Senhor Jesus nós poderemos conviver com as nossas diferenças. 

Escandalizar ou colocar tropeço não é ofender alguém, mas sim levar alguém a pecar através do seu exemplo. Ou seja, escandalizar é você, pelo seu exemplo, estimular alguém a fazer alguma coisa cuja a consciência dele não está preparada pra fazer. 

Em matéria de liberdade cristã, nessas coisas secundárias, o princípio que me guia não é o princípio da liberdade, mas sim o princípio do amor ao próximo e o princípio do amor às coisas de Deus. O resultado prático é que vão ter situações em que eu vou ter que abrir mão da minha liberdade para não causar tropeço, nem colocar dificuldade no avanço do Reino de Deus. 

Romanos 14


domingo, 16 de junho de 2019

O resumo da Lei de Deus

 
Deus, na sua providência, que nem sempre é clara e nem sempre nós percebemos, permite que determinados governos se levantem, ou por bem ou por mal, da maneira certa ou ilegítima, mas no fundo elas estão cumprindo um propósito de Deus que é o bem do seu povo. De que maneira nós não sabemos, mas sabemos que o nosso Deus está no controle. 

Nós não sabemos como, porquê, nem os motivos de Deus, mas não há autoridade que não foi instituída por Deus. Então Ele sempre está detrás das autoridades, que nem sempre são justas. Assim, quando você resiste à autoridade estabelecida, você está indo contra o que Deus instituiu. Então, se nos opormos à autoridade, estaremos resistindo à ordenação de Deus. 

Entretanto, há uma exceção! Quando leis são aprovadas que obriguem o cristão a ir contra a Lei de Deus, então o cristão está desobrigado de seguir o governo. Quando o estado obriga o cristão a ir contra a minha consciência e o meu dever para com Deus, então ele está desobrigado de obedecer ao governo, e ele vai ter que enfrentar as consequências da sua desobediência. É nesse instante que vai ficar claro se ele ama, de fato, mais a Deus do que a sua própria vida e se ele está disposto a renunciar a sua liberdade e segurança por amor à Palavra de Deus. 

Através dos governantes, Deus incentiva e louva os que praticam o bem e Ele pune e se vinga daqueles que praticam o mal. Então, essa é a razão pela qual Deus estabeleceu as autoridades, para não vivermos em caos. E essas autoridades vão responder diante de Deus pelo mal uso e abuso do poder que Deus concedeu. 

Toda a Lei se resume a um só preceito: amarás o teu próximo como a ti mesmo. Todo o Novo Testamento diz que esse mandamento resume toda a vontade de Deus para nós aqui nesse mundo. Isso porque o amor não pratica o mal contra o próximo, o amor não faz mal ao próximo. Amor não é um sentimento, mas é uma atitude, é a obediência aos mandamentos de Deus com relação ao meu próximo. Mesmo que você não goste de uma pessoa, você vai respeitá-la porque o amor é uma dívida. 

Ou seja, quem ama, não adulterará. Quem ama o seu próximo, não vai se deitar com a esposa dele, não vai trair o seu próprio cônjuge, que é o próximo mais próximo que se tem. Vai fazer tudo para proteger o casamento dos outros e o seu próprio casamento. 

Quem ama não vai atentar contra a vida de alguém, não vai alimentar sentimentos de ódio, de vingança, e irá tomar todas as medidas para cuidar da vida do seu próximo. Logo, quem ama, cumpre o mandamento: não matarás. Quem ama o seu próximo também vai ser justo, honesto, transparente quando fizer algum negócio com o seu próximo. Você não vai enganá-lo nas negociações ou em qualquer parceria ou negócio que fizer com ele. Você será generoso, bondoso para com as necessidades dos outros. Você não vai se apropriar indevidamente daquilo que pertence ao seu próximo. Você vai respeitar as propriedades dele, tudo o que ele tem. Então quem ama, cumpre o mandamento: não furtarás. 

Quem ama o seu próximo não fica com inveja dele, quando ele prospera. Você não fica frustrado, com raiva, quando ele compra um carro melhor do que o seu, uma casa mais bonita que a sua. Quem ama, cumpre a Lei. Nesse raciocínio, Paulo nos ensina ainda que se você amar o seu próximo como você ama a si mesmo, você estará amando a Deus de todo o seu coração, com todas as suas forças, todo seu querer e de todo o seu entendimento.

Ou seja, o cumprimento da Lei é o amor! Nós fazemos a vontade de Deus aqui nesse mundo, movidos por gratidão, quando nós amamos o próximo nesses pontos: quando respeitamos o seu casamento, o seu nome, a sua autoridade, os seus bens, a sua vida, e tudo isso a partir de um coração que não cobiça absolutamente nada que pertença ao seu próximo.

Apesar de não estarmos mais debaixo da condenação da Lei, ou seja, não somos mais condenados por não cumprir os 10 Mandamentos; a Lei permanece para o cristão como regra de fé e de prática, como expressão de como ele vai viver aqui nesse mundo. É assim que devemos viver no mundo, como quem foi perdoado gratuitamente por Deus. 

Deus derrama o seu amor em nossos corações para que a gente possa amar o próximo. 
E quem é o próximo? É todo aquele que precisa de nós!

Romanos 13

domingo, 9 de junho de 2019

A vontade soberana de Deus


 
Quando a nossa mente é realinhada para pensarmos conforme a Palavra de Deus, nós podemos experimentar a boa vontade Dele. A vontade de Deus é aquilo que Ele soberanamente estabeleceu e deseja para todos os seus filhos, a princípio revelado nas Escrituras, mas também o plano que ele tem para cada um de nós individualmente. A vontade de Deus, na Bíblia, se refere a duas coisas: 

A primeira é aquela vontade de Deus que foi revelada na Escritura: não é uma vontade secreta de Deus, é o plano que Ele tem para cada pessoa, é a vontade pública de Deus, já está na Escritura, não é necessário pedir que Ele lhe mostre isso. Por exemplo: a santificação.

Mas existem também a vontade secreta de Deus, que são os planos que ele tem pra mim e pra você, individualmente. É o que a gente chama de providência de Deus, que geralmente é oculta e a gente só sabe quando ela acontece. Por exemplo: com quem eu vou casar, que emprego vou ter, onde eu vou morar...

A medida que renovamos a nossa mente, nós vemos como aquela vontade de Deus está resumida nas suas misericórdias, como ela é boa, perfeita e agradável. E como através dela, eu posso tomar as decisões corretas e assim experimentar na minha vida, nas minhas escolhas, o plano de Deus particularmente para mim. Ou seja, o que Deus quer que eu faça em cada situação a partir dessa vontade revelada nas Escrituras Sagradas. 

Experimentar essa vontade significa conhecê-la, entendê-la, prová-la e portanto experimentá-la, senti-la, entender que você está fazendo aquilo que Deus deseja. Essa vontade é boa, porque Deus sempre busca o bem dos seus filhos; é perfeita porque não há erro nenhum, engano nenhum nos planos de Deus; e é agradável porque satisfaz a nossa mente e o nosso coração. 

Com base nas misericórdias de Deus, ofereça o seu corpo em sacrifício a Deus, que é o culto racional. Na prática significa: não deixar se moldar pelo mundo e ser transformado. Essa transformação é feita pela renovação da sua mente, e fazendo isso você vai experimentar a vontade de Deus no seu dia a dia, a vontade que é boa, perfeita e agradável. 

Nos apeguemos ao que ensina a Palavra de Deus, porque a nossa esperança não está aqui nesse mundo, mas na eternidade. 

Romanos 12

domingo, 2 de junho de 2019

O futuro de Israel


A liderança da nação de Israel tinha entregado Jesus para ser crucificado. Mas entre o povo havia o remanescente fiel que não dobrou os joelhos a Baal. O povo de Deus dentre o povo escolhido. A igreja de Deus dentro da nação. É com esses que Deus tem um pacto, esses são os verdadeiros filhos de Abraão, esses são os filhos da promessa. 

Deus elegeu dentre a nação de Israel aqueles que Ele quis para a salvação. A eleição não foi por causa das obras que os eleitos fizeram, mas pela Graça. A eleição os alcança pra que eles vejam e creiam em Cristo e na sua ressurreição, e sejam salvos.

A salvação é um dom de Deus. É pela Graça e misericórdia de Deus. E Deus faz isso aos seus amados, aos seus eleitos, que Ele escolheu antes da fundação do mundo. Os demais Deus deixou entregues a dureza do seu próprio coração. Deus endurece quem se repele a Ele.

Por isso, o crente deve ser grato nesse mundo, por mais provações que ele passe. Porque ele é parte do Reino de Deus e precisa ver o quadro geral. 

O futuro de Israel é a conversão ao Messias, e quando eles se converterem, eles se tornam igreja como você e como eu. O tempo que os judeus estarão endurecidos contra Jesus será até que o número de eleitos que Deus predestinou antes da fundação do mundo, dentre todas as nações, se completar e eles tiverem entrado no Reino de Deus através da pregação do evangelho, do arrependimento e da fé. Então Deus vai se voltar para os judeus outra vez. Ou seja, o retorno de Deus para Israel e de Israel para Deus não significa nada mais do que a salvação dos judeus. 

O período de revelação dos planos de Deus já se encerrou. Deus já revelou os mistérios aos profetas do Antigo Testamento e aos apóstolos do Novo, que escreveram a Bíblia. A Bíblia é o registro infalível da revelação dos mistérios de Deus. Nela temos os mistérios de Cristo, os mistérios da inclusão dos gentios, do futuro de Israel, da segunda vinda de Jesus, do propósito eterno de Deus. Tudo já está revelado. Cabe a nós estudar a Bíblia, pesquisar a Escritura para conhecer esses mistérios, entendê-los e aplicá-los na nossa vida. 

A razão de ser da eternidade é a comunhão infindável com Deus, para esgotarmos o conhecimento Dele. A eternidade toda não será suficiente para conhecê-Lo. É isso que faz o Céu ser o que é. 

Desde a eternidade esse Deus resolveu criar o mundo, e elaborar esse plano onde Ele tivesse um povo para si, que lhe desse glória para todo o sempre. Um mundo onde o pecado fosse conquistado de vez e resolvida a questão do arbítrio moral de suas criaturas. Ele fez isso na eternidade.

Se Ele não nos tivesse revelado isso, nenhum de nós conceberia um plano como esse, nenhum de nós, reconheceria a sua ação na história, nenhum homem seria capaz de imaginar partes desse plano e a maneira como ele foi implementado, o que é uma das evidências claras da origem do evangelho. Homem algum poderia ter concebido isso.

Esse Deus bondosamente nos revelou esse plano, e essa revelação nos foi dada pelos profetas e apóstolos, que foram levantados por Deus para escrever a Escritura. E nesse livro inspirado por Deus, Ele registrou esse plano, revelou o seu propósito, ele manifestou o seu beneplácito de fazer convergir em Cristo todas as coisas na plenitude dos tempos. É na Bíblia que conhecemos o mistério da Sua vontade, as partes desse plano, os seus métodos, caminhos e desígnios. 

É a meditação desse Evangelho que deve levar o crente a sentir alguma coisa. É meditar nesse plano, na grandeza de Deus, na Sua sabedoria, que faz com que as paixões mais profundas despertem do nosso coração. É isso que deve nos emocionar e nos envolver. As verdadeiras emoções religiosas são aquelas despertadas pela contemplação desse mistério, da profundidade do conhecimento de Deus na sua grandeza e da sua majestade. 

Se isso não colocar você de joelhos, se isso não humilhar você, não encher os seus olhos de lágrimas e fazer com que a alegria inunde o seu coração, alguma coisa está errada. Você talvez nunca compreendeu o Evangelho, se ele nunca produziu isso em você. É isso que tem que mover o nosso coração, é isso que nos anima em meio ao sofrimento. Porque podemos dizer que conhecemos esse Deus. 

É impossível alguém compreender o Evangelho como Paulo explicou e não ter a sua vida mudada e continuar como era, se sentir indiferente pra com essas coisas. É impossível ficar indiferente ao Evangelho: ou você vai odiá-lo profundamente ou vai amá-lo com todas as veras da sua alma e vai dedicar-se a viver inteiramente pra Cristo Jesus, que é o centro do seu plano. 

É isso que deveria levar o cristão a calar a boca e não falar do que não sabe. Porque, infelizmente, tem muito cristão que critica Deus. 

Você foi conselheiro de Deus? 
Você conhece a mente do Senhor? 
O que é que você sabe? 
Por que você fala do que não sabe? 

Ao invés de se levantar com arrogância e prepotência para julgar os caminhos de Deus e o plano da salvação, você deveria estar de joelhos diante Dele, dizendo: Deus tenha misericórdia de mim, porque os teus caminhos são insondáveis, a tua providência é inescrutável, os teus planos são mais altos do que os meus, dá-me um coração humilde para que eu possa entender. 

Romanos 11