domingo, 5 de maio de 2019

O que é pecado?



A nossa escravidão à Lei dura o tempo da nossa vida. Nós nascemos debaixo do domínio da Lei e morremos debaixo do domínio da Lei. Ou seja, o tempo todo da sua vida aqui neste mundo, você está debaixo da Lei de Deus. Todos os dias é isso que Deus quer de você: não terás outros deuses, não adulterarás, não cobiçarás o teu próximo, honrai pai e mãe...

Não há um segundo da sua existência que você não esteja debaixo do domínio da Lei. Isso quer dizer que nós nascemos já obrigados a guardar toda a lei de Deus e, portanto, condenados, porque nenhum de nós vai cumpri-la perfeitamente. A lei nos enquadra como pecadores. E portanto, nos destina ao castigo de Deus e à justa ira de Deus. Esse é que é o nosso problema. A lei exige, determina, cobra e sentencia. Se você não cumprir estas coisas você sofrerá o castigo e o juízo de Deus. 

Isso para os judeus, que receberam a lei escrita, mas também para os pagãos. Os pagãos receberam a revelação de Deus na consciência e no coração. E também pela criação. A criação fala da grandeza de Deus. De um Deus que antecede a realidade presente, um Deus que tem governo e domínio sobre todas as coisas. Não existe nenhuma pessoa, nunca existiu qualquer pessoa que veio a este mundo, que não estivesse debaixo da lei e portanto, debaixo da sua condenação.

Não existe a menor possibilidade de escaparmos do domínio da lei sobre nós, enquanto estivermos vivos. A morte é a única coisa que nos liberta do domínio da lei. Porque a morte cancela todos os contratos. 

Como então que Deus nos livra da condenação?

Não é tirando a lei, porque a lei de Deus é perfeita, pura e eterna. O problema não é a lei. Da mesma forma que morremos para o pecado, em Cristo, também morremos para a Lei. O cristão não está mais debaixo da Lei, porque ele morreu para a Lei mediante o corpo de Jesus Cristo. 

A raiz de todos os pecados está resumida no 10 mandamento: não cobiçarás. Eu não teria conhecido o pecado, sem o intermédio da lei. A lei não é pecado. Mas eu só sei que cometi algum pecado porque a lei me contou. A cobiça não é somente ruim e faz mal. Mas ela é a transgressão da vontade de Deus. Quando a lei diz não cobiçarás, ela revela o mais profundo do meu coração. Aquele princípio perverso que está no meu coração que é a minha natureza pecaminosa que está em realce.

É a lei pecado? Não. Mas eu não teria conhecido o pecado se não fosse por intermédio da lei. Porque eu não teria conhecido a cobiça, o que a cobiça significa e a sua seriedade. Ela trouxe ocasião para o pecado despertar todo o tipo de cobiça em mim.

A lei é pecado? Não. Mas ela revive o pecado e o pecado me causa morte.

A lei expressa a santidade de Deus. A lei é santa, porque Deus é santo e separado do pecado. A lei Dele expressa a santidade Dele. A lei é justa. Ele não pede nada que seja injusto, que passe dos limites. A lei Dele promove a justiça entre os homens, entre o homem e Deus. E ela é boa porque quer o nosso bem.
Quando ela diz não adulterarás, quer proteger a família. Quando diz não matarás quer proteger a vida. Quando diz não dê falso testemunho, quer proteger a reputação do meu próximo. Quando diz não cobiçarás tá querendo proteger tudo que é do meu próximo, desde sua esposa até os seus bens. Quando diz honra teus pais, tá querendo proteger as autoridades e quando diz não terá outros deuses, não fará imagem ou escultura, não tomará meu nome em vão, Ele está querendo preservar a religião. A lei é boa. Não tem nada errado com ela. O problema somos nós. Esse é que é o problema.

O homem sabe o que é certo, ele tem lampejos de compreensão disso, mas entra numa agonia mortal de não conseguir obedecer a Deus.

A corrupção é completa. Ela cega o coração do homem até ele ser incapaz de fazer o que é certo aos seus olhos. Esse capítulo mostra a cegueira do homem que está sem Deus. Ele não percebe seu estado.

A moralidade, fazer boas ações, ajudar o próximo, não conseguem aplacar as paixões pecaminosas do coração. Só a cruz de Cristo faz isso. A sua justiça própria não consegue dominar o pecado no seu coração. Só tem um caminho pra isso. É Jesus Cristo crucificado. Só há uma saída pra isso. É morrermos pra lei, unidos com Cristo na sua cruz, e a lei não mais nos alcança.

Não somente somos pecadores mas estamos debaixo da lei que nos condena. Você nunca poderá ser aceito por Deus com base em boas obras, em ações meritórias, ser uma pessoa boa. Porque você não é uma pessoa boa, eu não sou, nenhum de nós é. 

Nunca nenhum de nós será recebido na presença de Deus com base por causa de qualquer coisa que haja em nós, por isso que a salvação é mediante pela graça, em Jesus Crucificado. Quando ele ali pagou a penalidade exigida pelos nossos pecados. Ou você está na lei ou você está na graça.

A lei é espiritual, eu sou carnal. Eu quero fazer o bem, mas não consigo porque o pecado me escraviza. Eu não tenho força para fazer o bem. O pecado habita em mim e tomou conta do homem, como um todo. 

Eu quero o bem, mas não consigo obedecer a Deus. Embora eu saiba o que é certo e errado, minha mente sabe o que é certo fazer, não tenho forças para fazê-lo. Dentro de mim habita o mal que me domina. Não permite que eu vá adiante em obedecer a Deus e cumprir a sua lei. Eu não consigo fazer o que é certo. Dentro de mim só existe maldade. E por isso eu faço o mal, porque o bem que eu quero fazer, eu não consigo.

Quem vai me livrar dessa situação? 

É nesse nível de desespero que Deus quer nos levar. Se não chegar nesse ponto, você não pode ser salvo. Esse é o ponto que o pecador se rende e diz: eu preciso de um Salvador. Eu preciso de alguém que me liberte desse pecado.

Paulo está descrevendo a situação de um homem que percebe que está debaixo da lei e que não pode por si mesmo se salvar.

O pecado aleijou o arbítrio humano. Se Deus nos deixar a nossa própria escolha, nos vamos escolher o mal sempre. Portanto se Ele não tiver misericórdia de nós, vamos permanecer nesse processo de morte, causado pelo pecado. A lei de Deus foi criada para que o melhor de todos os homens fosse levado ao desespero.

Referência: Romanos 7

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