domingo, 14 de abril de 2019

Deus não nos deve nada


O objetivo do pregador é explicar ao povo a Palavra de Deus, e não ficar falando da sua própria cabeça. 

As pessoas do Antigo Testamento foram salvas justamente da mesma forma que as pessoas no Novo Testamento: pela Graça. Deus nunca atribuiu justiça com base no mérito, porque nunca teve ninguém no Antigo Testamento ou no Novo, ou hoje, que merece alguma coisa de Deus. A salvação é Graça, é favor de Deus. Não é dívida, não é salário, Deus não é devedor de ninguém. 

Os grandes homens e mulheres do Antigo Testamento foram salvos mediante a confiança nas promessas de Deus, eles criam olhando para o futuro, no Messias que havia de vir. E nós cremos olhando pro passado, no Messias que já veio. Mas sempre foi pela Graça de Deus, nunca pelo Mérito. 

Abraão foi considerado justo diante de Deus, não por nada que ele tenha feito, mas pela fé que ele teve em Deus. O que salvou Abraão foi a fé, mas Deus deu um sinal externo que foi a circuncisão. Abraão é considerado pai espiritual de todo aquele que crê em Deus, nas promessas de Deus, ainda que não seja circuncidado. Ele é pai de todos aqueles que creem no que ele creu, que confiam em Jesus como sendo o Messias. 
Fé e guarda da lei são incompatíveis. Uma anula a outra. Se a promessa de herdar o mundo é pela lei, está excluída a fé. Guarda da lei tem a ver com mérito humano. Se você faz, você tem direito, você mereceu aquilo e no fim a glória é sua. 

Mas a fé não é mérito humano, ela é a recepção gratuita da dádiva de Deus, do presente de Deus. 

Se a salvação é mediante a lei, cancela-se a Promessa, porque a Promessa foi dada diante da fé de Abraão. A promessa foi feita com Abraão em Gênesis, a lei foi dada em Êxodo, 430 anos depois da Promessa. Deus não revogou o acordo que Ele fez com Abraão. Deus não estabeleceu um novo contrato, uma nova base de salvação, a base sempre foi a Fé.
A lei provoca a ira de Deus. Porque nós quebramos essa lei e como resultado Deus fica irado, que é a reação Justa do seu caráter Santo. A lei foi dada para pecadores e nós a quebramos diariamente. A única promessa que a lei traz é que você vai para o inferno, porque você quebrou a lei de Deus. Porque onde não há lei, não há transgressão. Nunca pode ser por nosso merecimento, porque não conseguimos cumprir a sua lei e só merecemos o inferno. 

Fé não é mérito humano. A fé é a mão que se estende súplice para receber a promessa de Deus, a Graça e a Misericórdia de Deus. Ou seja, até crer é uma obra de Deus. Por isso foi pela fé, para que fosse pela Graça, para que Deus mostrasse como Ele é bom. Para que pudéssemos cantar a sua glória e a sua misericórdia para conosco. Essa é a razão pela qual é pela fé, para que seja pela graça. Assim, aqueles que tem fé podem herdar. Se fosse pela lei ou pela circuncisão seria somente dos judeus. 

Qual a razão pela qual você faz as coisas certas? Qual o motivo pelo qual você vai a igreja, lê a Bíblia, ora, busca a Deus? É porque você espera dessa forma obter algum favor, mérito ou reconhecimento da parte de Deus? Ou porque já entendeu que foi salvo pela Graça, pela Misericórdia de Deus e seu desejo maior nessa vida é agradá-Lo. Não pra que você ganhe Dele alguma coisa, porque Ele já lhe deu gratuitamente, mas porque você quer manifestar pra Ele a sua gratidão.

O legalismo é um mal terrível. A confiança que a pessoa tem em si faz cegar o coração, a ponto de acreditar que merece alguma coisa da parte de Deus. A palavra de Deus é muito clara: não é pela lei, não é por mérito, não é por obras, porque se for, exclui a Graça de Deus. Então, onde está a sua esperança? Em quem você confia?

Você não pode ser cristão, se não acredita em milagres. Se não acredita na ressurreição de mortos, se não acredita que Deus pode chamar à existência tudo aquilo que não existe. A ressurreição de Jesus é central para o cristianismo! O que importa no fim é o Deus em que você crê. 

A fé de Abraão venceu vários obstáculos. Ele não enfraqueceu na fé, não desanimou. Ele não duvidou, por incredulidade, da promessa de Deus. A incredulidade é o oposto da fé verdadeira, se recusa a acreditar na existência de Deus e suas promessas. Mas a fé verdadeira pode vacilar. A fé verdadeira se recusa a largar a Deus, ainda que não compreenda e ainda que tenha dificuldades em aceitar a maneira que Deus o trata.

A grande questão não é a fé em si. Mas em quem você crê. Quem salva é Deus e não a sua fé. É Deus quem salva, quem perdoa, que ressuscita, que justifica, que faz existir o que não existe. 

Fé não é pensamento positivo! Fé é a confiança firme no Deus que criou todas as coisas pela palavra do seu poder onipotente, onipresente, onisciente, que é capaz de cumprir tudo aquilo que ele prometeu. 

Fé não é cega, não é um salto no escuro. Fé é a firme confiança nas promessas de Deus. Ela tem uma base, ela se firma numa palavra, numa promessa. Primeiro Deus diz: eu vou fazer isso. E em resposta eu digo: eu creio. Se Deus prometeu, Ele vai cumprir. Ele prometeu perdoar nossos pecados em Cristo Jesus, Ele prometeu nos receber como seus filhos, Ele prometeu o seu Espírito Santo, Ele prometeu que depois da morte nós estaríamos com Ele, Ele prometeu que seu filho Jesus Cristo haveria de voltar, Ele prometeu que um dia nós vamos ressuscitar dos mortos, Ele prometeu que um dia nós vamos herdar esse céu e essa terra, novos, renovados, feitos outra vez. A Bíblia está cheia de promessas do Deus que chama à existência aquilo que não existe. 

A fé salvadora e verdadeira não ignora as dificuldades, não se isola e fica alheia ao que acontece no mundo. Pelo contrário, ela engaja ao mundo a partir da existência de Deus e suas promessas. Não há resposta melhor do que a do cristianismo para as grandes questões fundamentais do homem: Quem eu sou? De onde eu venho? O que estou fazendo aqui? Pra onde eu vou? 

Referência: Romanos 4

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